Certo dia um homem apreciava
o trabalho de um operário
em uma construção,
a martelar pedras para
reduzi-las a pó.
Quando o operário levantava
a marreta, e, com toda força
de seus braços,
deixava cair sobre a pedra, esta se despedaçava. O homem que
observava tudo aquilo
em silêncio, sentia muito
dó da pedra,
e também do operário que se dedicava ao duro e árduo trabalho de quebrar pedras.
Em um dado momento, ouviu
uma voz suave e sábia, que dizia: Estás com pena da pedra bruta e do operário
que a faz em pedaços?
Acaso já pensaste, já
meditaste que tu, muitas e muitas vezes já meteste a marreta no coração do seu
semelhante?
E acaso já tiveste pena dele
e de ti que empunhaste a tua marreta da impiedade contra teus próprios irmãos?
Pois assim é, na verdade.
O operário está a marretar
uma pedra, um ser inanimado, e cumpre o seu dever, sua obrigação. E tu, que ora
me ouves, quantas vezes feriste o teu próximo somente por capricho, por
ociosidade e por maldade? Por acaso já te esqueceste das censuras, das maledicências,
das palavras ásperas que tiveste para os que não te foram simpáticos? Já te
esquecestes também das tuas impaciências com referência às fraquezas humanas, sabendo
que és também repleto delas? Já tiveste pena do teu irmão quando o ofendeste?
E já tiveste pena de ti
mesmo, quando de marreta em punho, saíste em ofensiva, a ferir a torto e a
direito?
Tua compaixão pela pedra é
inoportuna, pois quando Deus fez o reino mineral, o fez para que fosse o
alicerce dos reinos vegetal e animal
Portanto, é descabido teu dó
pela pedra bruta e, ainda mais descabido, quanto ao pobre operário. Mesmo
marretando, ele está construindo. E tuas marretadas construíram alguma coisa?
Não, muito pelo contrário, somente destruíram. Destruíram a reputação alheia e
a tua trilha rumo ao aperfeiçoamento.
Que adianta? que lucro tem?
Compadecer-se de uma pedra, se também de pedra faze o teu coração? Cuidado
irmão! Com tuas nocivas emoções;
Não te faças de açúcar para
o que é de pedra, e de pedra bruta para o que é doce como um favo de mel; suave
como a brisa, amoroso como são os mansos pombinhos e meigos como os querubins.
Esse órgão alheio, que tu não cansas de marretar, é o coração do teu
semelhante. Lembre-se de que todos trazem a semente do amor em seus corações.
Às vezes, este amor fica
escondido por mil artifícios, mas existirá um dia em que ele eclodirá.
Meu irmão! Abre o teu coração
ao coração do teu próximo. Ama-o, ajuda-o e perdoa-lhe, pois só assim saberás
se aquela PEDRA BRUTA, também tem coração.
Quem sabe talvez, estás a
marretar um coração onde você mesmo pode estar lá dentro dele.
Já pensastes nestas
condições?
Façamos sempre o bem, ainda
que diante das ingratidões e decepções, pois quem se dispõe a praticar o bem e
a caridade, terá que encontrar coragem para suportar
INGRATIDÕES E DECEPÇÕES.
Desta forma,
partindo da premissa
de que tudo
neste Templo é
Simbólico, simbólica também é A PEDRA BRUTA que ali se encontra, a
representar cada um de nós em seu interior.
Resta-nos então, trabalhar
bem a nossa pedra para que nosso trabalho reflita em todo o universo maçônico.
Como ilustração, vejam a
diferença da pedra bruta interior, de cada um de nós e a forma como a tratamos.
Raimundo Augusto Corado
Fonte de Pesquisa: Revista
Consciencia. ( Maçônica)