segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

HOSPITALARIA MAÇONICA

A NOBRE FUNÇÃO DO IRMÃO HOSPITALEIRO
Um elo imprescindível.

INTRODUÇÃO

O IRMÃO HOSPITALEIRO é o oficial da Loja incumbido de receber os donativos, para socorros aos necessitados, bem como visitar os Irmãos enfermos, ou somente ausentes para saber o que se passa.
O irmão hospitaleiro é um oficial encarregado de levantar os óbulos e praticar beneficência.
No Rito Escocês Antigo e Aceito praticado no GOB, senta-se na coluna do Norte, à frente do irmão tesoureiro.
O hospitaleiro, em loja, tem a função de, em seu giro apresentar a Bolsa aos Irmãos obedecendo à ordem hierárquica, recolhendo, de forma discreta, os óbulos.
Sua outra função diz respeito à prática da caridade que exerce fora da loja.
A coleta dos óbulos destina-se a formar um fundo de beneficência para atender a casos urgentes de algum Irmão necessitado. E ai não escapamos, pois todos estamos sujeitos aos reveses da vida, e não raro, nos vemos necessitados de um amparo. A quem devemos recorrer em primeiro lugar, senão, à nossa loja?
Discretamente, a hospitalaria atende às solicitações dos Irmãos necessitados, ou atende aos pedidos que o Venerável Mestre lhe faz, ou às sugestões dos próprios Irmãos.
O hospitaleiro, após o giro, entrega a Bolsa ao Irmão tesoureiro para conferir o conteúdo e divulgar o produto arrecadado em beneficência.
A Bolsa, no seu giro, cumpre atos cerimoniosos, revestidos de espiritualidade.
Mesmo que a beneficência a ser feita possa parecer modesta, ela chegará às mãos do necessitado como bem precioso que resolverá sua crise momentânea uma vez que o produto recebido traz consigo o amor fraternal da Loja.
A Jóia do Cargo do Irmão Hospitaleiro é uma pequena sacola, simboliza o peregrino, o viajante, o pedinte. É ele que, em nome da Fraternidade, todas as reuniões faz a coleta dos óbolos da Beneficência, da solidariedade maçônica para com os menos favorecidos pela sorte.
Dentro da hierarquia dos cargos de uma Loja, entre os de mais elevada importância está o de Hospitaleiro.
A escolha do Hospitaleiro deverá recair sobre um Irmão dinâmico, de moral ilibada, sem mácula, que conheça bem todos os Irmãos. Deverá gozar da simpatia de todos para poder imiscuir-se nos problemas de cada um como se fora um parente de sangue, um filho da casa. Seu trabalho dentro do Templo é irrelevante. Qualquer Mestre poderá substituí-lo à altura. Fazer girar o Tronco é muito fácil. Seu trabalho, sua missão fora das quatro paredes do Templo é que é importante muito importante e requer muito carinho, muita dedicação, muito desprendimento.

DESENVOLVIMENTO
O irmão hospitaleiro tem como função precípua em sua Loja, fazer a ligação da Loja com os irmãos, pois ele representa o elemento da Loja que tem o ofício, a tarefa, de detectar as situações de necessidade e de prover o alívio dessas situações, quer agindo pessoalmente, quer convocando o auxílio de outros maçons ou, mesmo, de toda a Loja, ou, em caso de tratados de amizade e mutuo reconhecimento, a todas as Lojas do Oriente, independentemente de obediência.
Um dos pontos que distingue a Maçonaria, constituindo essenciais da Fraternidade, é a existência, o cultivo e a prática de uma profunda e sentida solidariedade entre os seus membros.
Solidariedade sem a sombra da cumplicidade, pautada em ações licitas e justas. Não aquela falsa solidariedade que somos acostumados a ver e sentir no meio social, atingindo por vezes o âmbito maçônico, especadas nas ações, atos e pedidos ilícitos ou imorais, encobrindo sempre o autor, ainda que um irmão.
Esse tipo de falsa solidariedade é condenável, pois invertem-se os valores a quaisquer custo, em busca do auxílio ou facilitação à impunidade de quem viole as leis do Estado ou as regras da moral e da razão.
O maçom deve ser sempre um homem livre e de bons costumes. De bons costumes, não violando as leis nem as regras da Moral e da Decência.
Livre, pela autodeterminação, pela responsabilidade pelos seus atos, sejam bons ou maus. Não é justo que os ombros de outrem carreguem um fardo meu, a menos que esclarecidamente queira prestar uma ajuda, nunca pela lei da busca da vantagem fácil ou da enganação, da transferência de responsabilidade.
No mundo maçônico, com reflexos no mundo social, muito principalmente entre irmãos, a solidariedade existe para ser praticada, para ser sentida nos momentos de necessidade, de infortúnio, de doenças, perdas de entes queridos, que inevitavelmente nos afetam cedo ou tarde.
Sempre que surgir ou for detectada uma situação de necessidade de auxílio, de conforto moral ou de simples presença amiga, de uma expressão de conforto, nós, os maçons, em nome de toda a maçonaria, devemos nos unir em torno e em prol daquele necessitado, seja um irmão, um familiar, e, dependendo de cada caso, até mesmo um estranho, porque a caridade maçônica não tem olhos nem ouvidos. O portador desse auxílio, desse conforto, dessa presença, a priori, são coordenados pelo valoroso irmão Hospitaleiro. Note-se que a palavra utilizada aqui é “coordenados”, o que difere de  “efetuados” ou “realizados”.
O Hospitaleiro não é o Oficial que efetua as ações de solidariedade, desobrigando os demais elementos da Loja dessas ações.
O Hospitaleiro é aquele elemento a quem é cometida a função de organizar, dirigir, tornar eficientes, úteis, os esforços de TODOS em prol daquele que necessita.
A experiência nos tem mostrado a decadência maçônica neste sentido. É claro que, por vezes, muitas vezes até, a caridade ou filantropia maçônica é praticada apenas e tão só pelo irmão Hospitaleiro.

Existem situações que inevitavelmente o irmão Hospitaleiro há que agir sozinho, em nome da Loja.  Pense-se, por exemplo, na situação, que, aliás, inevitavelmente ocorre com alguma frequência, de um Irmão que é acometido de uma doença aguda, que necessita de uma intervenção cirúrgica ou que precisa estar por tempo apreciável hospitalizado, acamado ou em convalescença. Se todos os elementos da Loja se precipitassem para visitá-lo, isso já não seria solidariedade, seria romaria, isso já não seria auxílio, seria perturbação.

9 comentários:

  1. Muito boa a explanação. Este ano serei Adoc do cargo e me serviu muito. Tfa.:

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  2. Só uma dúvida com quem deve ficar guardado a coleta do tronco de solidariedade da loja ,com o Tesoureiro ou com o Hospitaleiro ?
    TFA

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  3. Comcordo com o texto e tenho uma duvida sobre,essa ação é um lanmark? Se não, como as lojas tem " poder imdependemte" da as lojas a possibilidade da duvida de praticar a.ajuda profana e não na irmandade.

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