O
juramento que é contraído perante todos, e, fundamentalmente, consigo mesmo,
com o propósito que exprime o testamento em sua vida profana, e com o qual as
resoluções iniciais desse mesmo testamento se acham solenemente confirmadas e
seladas, fazem o candidato digno de ver a luz, caindo-se-lhe por completo dos
olhos, a venda da ilusão que lhe impedia de ver a Realidade em si mesmo.
Tendo-se
declarado disposto a confirmar seu juramento - à falta do qual sempre se lhe
concedem a faculdade de retirar-se - cai de seus olhos a venda com a qual até
agora carregava. Vê ao redor de si, na semiescuridão do lugar em que se
encontra, irmãos formando um semicírculo, portando uma espada apontada em sua
direção.
Estas
espadas não são, entretanto, uma ameaça. São símbolos dos pensamentos de todos
os presentes, ainda desconhecidos para ele (e por esta razão velados) que
convergem com benevolência em sua direção e simbolizam também a unidade de
sentimentos com os quais ele é recebido.
Estes
irmãos fazem-no notar que na qualidade de testemunhas silenciosas de suas
obrigações, estão dispostos a ajudá-lo e socorrê-lo desde que cumpra com suas
obrigações, assim como, a castigá-lo como é devido em caso de transgressão.
Assim, oferece-se-lhe pela última vez a oportunidade de se retirar, e com a
certeza de que o juramento pronunciado não lhe provoca nenhuma inquietação,
concede-se-lhe a plena luz. Os irmãos presentes, cumprindo o que diz o
Venerável Mestre, abaixam suas espadas ficando à ordem, enquanto o Templo é recobrada
aos poucos, a iluminação do templo em sua total claridade.
As
espadas são o símbolo de todas as forças desconhecidas que na vida sempre
favorecem e auxiliam a quem permanece constantemente fiel a seus ideais e
obrigações, apesar da situação difícil e das condições em aparência contrárias
em que se encontre, enquanto que essas forças se convertem em outros tantos
flagelos, remorsos e castigos, para quem cede e se assusta renunciando e
faltando ao cumprimento de suas obrigações e ideais, a quem chamamos de
perjuro.
A
vida torna-se sempre mais dura, difícil e insatisfatória para os que renunciam
a seus ideais e às suas mais elevadas aspirações; aqueles que cedem à aparente
contrariedade dos homens e das coisas e se deixam desalentar por sua frieza e
falta de cooperação.
Nunca, e por
nenhuma razão, deve alguém renunciar à expressão de seu próprio Ser mais
elevado e à do Divino desejo que constitui o anseio de seu coração. São estes
para ele, além de um privilégio, uma obrigação e um dever cujo perfeito
cumprimento lhe assegura a investidura no simbolismo maçônico.
Com
esta firme atitude de sua consciência diante das provas contrárias da vida,
faz-se a luz gradualmente, em seu mundo exterior. É a plena luz que passa
livremente do interior e é derramada sobre o mundo exterior, uma vez que
tenhamos sabido resistir com Fé inalterável, fidelidade e persistência a todas
as contrariedades que nos tenham sido apresentadas.
A
Luz que o iniciado recebe, como prêmio e consequência de seus esforços, é um
símbolo de transcendental importância em todas suas acepções. A capacidade de
ver a luz e adentrar à sua percepção constitui, pois, toda a essência e
finalidade da iniciação.
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