Solilóquios Fúnebres
„O que fizemos apenas por nós mesmos morre conosco; o que fizemos pelos outros e pelo mundo permanece e é imortal. “
— Albert Pike
Dedicação Sincera:
Dedico esta peça de arquitetura, a última do triângulo, aos meus verdadeiros irmãos, que quando dentre as trevas caminhei, souberam retirar-me. Onde em belas palavras, muitas vezes sendo duras, confortaram-me coração e deram-me apoio. Sou grato, também, a minha família, em especial o meu velho pai, Antonio de Paulo Oliveira da Silva, que sempre soube guiar os meus passos para que eu pudesse ser o homem/maçom, a qual me faço presente.
I
Afastei-me da caverna em direção a um grande portão
Guiou-me às cegas, experto, meu irmão.
Era dado ao meu corpo e alma, entrada a escuridão.
A primeira erudita prédica
Onde em infaustos desafios me impuseram a aversão.
Peregrinei então perante os caminhos tortuosos dos horrores
Que em face da morte impuseram-me valores.
Onde temereis os vícios e as paixões indolores
Cujo em tremores profanos, trarão ruínas, iludindo-me com flores.
Ó nobre Jacques, que Deus o tenha!
Uma vez que, entre as sombras, deu-me fervura para que aguenteis o terrível
Visto que em decrépitas trevas pleitearam-me decadência
Quando satanás, o antagonista, aviltou-me o falso ouro, sendo ele aborrível.
Findo ao final de exacerbada tentação
O meu espírito, seguindo do profano, em busca de iluminação
Donde austera transgressão livrou-me da condenação
Que em neblina aguardava-me em enganação.
Em sapiência dos antigos conheci a morte
Em que neste plano, os terríveis senhores, quiseram-me malícia, ódio, vingança e temores.
Agarrei-me ao meu condutor, em que lá permaneci com coração forte
Donde em chamas aniquilei, estes, espíritos malfeitores.
E ressurgir ao lado de meu Pai Celestial, livre de corruptores.
II
Logo avistei, outro portão, a qual adentrei.
Este, de certo modo, não feria-me coração.
Eras brando e sem obstáculos, porém imerso ao som de mil espadas
No qual, em minha consciência, saberia que era batalhas travadas.
Pelejei entre as grandes Guerras Médicas
Da falange espartana, “Glória”, ao rugir do rei Leônidas
Às grandes cruzadas-santas
Salve aos templários, pois Hugo de Payens, reside em templo de Salomão.
Recordara-me, o nobre Jacques de Molay
Que estávamos perante as cegas paixões profanas
A quais enchem o ego do homem
E sendo elas, as mais perniciosas.
De repente, após o cessar das lâminas
Pude apenas escutar o bater das águas
Onde mais uma vez, tive uma sapiência erudita
Através da purificação de meus erros e defeitos.
Adiante, em mortário e perante aos iluminados, deram-me batismo!
Onde pude sentir, nas virtudes das águas, a transgressão de minha alma
Donde tive a negação de meus erros
Sob luz da realidade superior.
III
Deixou-me, sem as correntes, o terrível!
Desta vez, desci ao terceiro portão, em perpetua solidão.
Sem ruídos, esgrimas e confusão!
És o silencio, captor dos mentirosos.
O incontestável:
Chegastes até aqui, neófito!
Aonde abdicastes de vossas decadentes angustias,
das quais lhe fazem perdição.
Faças deste percurso a reflexão, donde certamente, és teu auto martírio.
Se bates a minha porta és por que foi morto e certamente batizado,
onde queres a última sapiência antes de ressurgir em um novo mundo iluminado.
Em seguida, pude vivenciar do calor da sabedoria
Pleitearam-me em Oriente Celeste
Batizando-me, agora, pelas chamas do fogo erudito.
Era as chamas do Grande Arquiteto
Purificando-me, uma segunda vez, a minha razão.
Ó nobre Jacques, sou-lhe muito grato
Pois em serenas vertentes, indicou-me o coração.
Agora me despeço em fogueira,
lugar este, onde em prantos fora a sua libertação.
Antonio Eduardo de Moraes Silva
A.’.M.’.
CID: 317840
Lj.’. Cavaleiros do Delta n°4544
Mentor
Alex Ferdinand Pereira Costa
M.’.M.’.
CID: 299767
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