segunda-feira, 18 de abril de 2022

Poesia - Solilóquios Fúnebres


Solilóquios Fúnebres 


„O que fizemos apenas por nós mesmos morre conosco; o que fizemos pelos outros e pelo mundo permanece e é imortal. “ 

                                                                                                                      — Albert Pike


Dedicação Sincera:

Dedico esta peça de arquitetura, a última do triângulo, aos meus verdadeiros irmãos, que quando dentre as trevas caminhei, souberam retirar-me. Onde em belas palavras, muitas vezes sendo duras, confortaram-me coração e deram-me apoio. Sou grato, também, a minha família, em especial o meu velho pai, Antonio de Paulo Oliveira da Silva, que sempre soube guiar os meus passos para que eu pudesse ser o homem/maçom, a qual me faço presente.

 

I

Afastei-me da caverna em direção a um grande portão

Guiou-me às cegas, experto, meu irmão.

Era dado ao meu corpo e alma, entrada a escuridão.

A primeira erudita prédica 

Onde em infaustos desafios me impuseram a aversão.


Peregrinei então perante os caminhos tortuosos dos horrores 

Que em face da morte impuseram-me valores.

Onde temereis os vícios e as paixões indolores

Cujo em tremores profanos, trarão ruínas, iludindo-me com flores.


Ó nobre Jacques, que Deus o tenha!

Uma vez que, entre as sombras, deu-me fervura para que aguenteis o terrível

Visto que em decrépitas trevas pleitearam-me decadência

Quando satanás, o antagonista, aviltou-me o falso ouro, sendo ele aborrível.


Findo ao final de exacerbada tentação

O meu espírito, seguindo do profano, em busca de iluminação

Donde austera transgressão livrou-me da condenação

Que em neblina aguardava-me em enganação.


Em sapiência dos antigos conheci a morte

Em que neste plano, os terríveis senhores, quiseram-me malícia, ódio, vingança e temores.

Agarrei-me ao meu condutor, em que lá permaneci com coração forte

Donde em chamas aniquilei, estes, espíritos malfeitores.

E ressurgir ao lado de meu Pai Celestial, livre de corruptores.


II

Logo avistei, outro portão, a qual adentrei.

Este, de certo modo, não feria-me coração.

Eras brando e sem obstáculos, porém imerso ao som de mil espadas

No qual, em minha consciência, saberia que era batalhas travadas.


Pelejei entre as grandes Guerras Médicas

Da falange espartana, “Glória”, ao rugir do rei Leônidas 

Às grandes cruzadas-santas

  Salve aos templários, pois Hugo de Payens, reside em templo de Salomão.


Recordara-me, o nobre Jacques de Molay

Que estávamos perante as cegas paixões profanas

A quais enchem o ego do homem

E sendo elas, as mais perniciosas.


De repente, após o cessar das lâminas

Pude apenas escutar o bater das águas

Onde mais uma vez, tive uma sapiência erudita 

Através da purificação de meus erros e defeitos. 


Adiante, em mortário e perante aos iluminados, deram-me batismo!

Onde pude sentir, nas virtudes das águas, a transgressão de minha alma

Donde tive a negação de meus erros

Sob luz da realidade superior.


III

Deixou-me, sem as correntes, o terrível!

Desta vez, desci ao terceiro portão, em perpetua solidão.

Sem ruídos, esgrimas e confusão!

És o silencio, captor dos mentirosos.


O incontestável:

Chegastes até aqui, neófito!

Aonde abdicastes de vossas decadentes angustias,

das quais lhe fazem perdição.

Faças deste percurso a reflexão, donde certamente, és teu auto martírio.

Se bates a minha porta és por que foi morto e certamente batizado,

onde queres a última sapiência antes de ressurgir em um novo mundo iluminado. 


Em seguida, pude vivenciar do calor da sabedoria

Pleitearam-me em Oriente Celeste

Batizando-me, agora, pelas chamas do fogo erudito.

Era as chamas do Grande Arquiteto

Purificando-me, uma segunda vez, a minha razão. 


Ó nobre Jacques, sou-lhe muito grato

Pois em serenas vertentes, indicou-me o coração.

Agora me despeço em fogueira,

 lugar este, onde em prantos fora a sua libertação.



Antonio Eduardo de Moraes Silva

A.’.M.’.

CID: 317840

Lj.’. Cavaleiros do Delta n°4544

Mentor

Alex Ferdinand Pereira Costa 

M.’.M.’.

CID: 299767