O QUE O MAÇOM BUSCA EM
LOJA?
Autor: Irmão Raimundo A. Corado
Mestre Instalado – CIM nº 183.481.
Barreiras, 06 de setembro de 2015
“A princípio, tanto maçons quanto
profanos sabem ou ouvem falar que a maçonaria é uma Fraternidade.
Recorrendo aos dicionários, encontramos
que o substantivo feminino fraternidade, corresponde ao termo “entre irmãos”.
O amor ao
próximo, a harmonia, a boa amizade, a união ou convivência como de irmãos, são
ingredientes básicos quando o assunto é fraternidade.
Isso nos faz
concluir que genericamente, na Maçonaria, definida como secular fraternidade,
deve prevalecer a harmonia e reinar a união ou convivência como de
irmãos".
Estive meditando, e em reflexão, me fiz
uma pergunta: O que leva o homem a ser maçom? E a resposta deveria ter como
base:
A liberdade dos indivíduos e dos grupos
humanos sejam eles instituições, raças ou nações;
A igualdade de direitos e obrigações dos
seres e grupos sem distinguir a religião, raça ou nacionalidade;
A fraternidade de todos os homens, já
que somos todos filhos do mesmo Criador e, portanto, irmãos.
Devemos inquirir nossos conhecimentos de
forma a relembrar que o homem maçom é escolhido dentro da sociedade profana,
como um diamante ainda em estado bruto, pois assim o determina os antigos
costumes, de forma que ele somente toma pé de onde e o que o espera, quando da
sua iniciação.
Sabemos que hoje, o indicado, indaga-se
e prepara seu espírito, quando lhe é informado que será iniciado. A essa
altura, com a facilidade e a evolução, ele já pesquisou na internet e fez
alguns apontamentos a respeito da maçonaria.
Mas, por mera curiosidade ou mesmo por
desconhecimento não logra êxito em suas leituras e expectativas a respeito da
ordem que o espera.
Nestas pesquisas e leituras, muita
coisa, embora escritas, não se enquadram à futura realidade em que espera
interagir.
N’outro viés, há expectativas geradas
pelos próprios futuros irmãos de ordem, que acreditam piamente e esperam algo
que não se traduz em realidade tangível, mas apresenta-se apenas como
expectativas.
Assim, o candidato e a oficina se
apresentam com enorme expectativa, desde a sua iniciação até o dia que se
depare com o rompimento, seja pela saída do obreiro, desligamento obrigatório
ou a sua passagem para outro oriente.
Pois bem, a vaidade sempre estará de
plantão, esperando a vulnerabilidade de alguns, para se apossarem dele com real
jogo de interesse ou desinteresse pessoal, visando prejudicar o manejo da
fraternidade, com o intuído depreciativo, disfarçado de uma ótica construtiva a
fomentar sua vontade.
Caso o obreiro atenda as expectativas da
oficina, enquanto membro, maçom, pai de família, membro de uma sociedade,
somente aglutina tudo isso a outras visões que tem como objetivo maior o
lapidar da pedra, a busca do conhecimento, adquirir e conservar novas amizades
e proporcionar um meio social mais coerente a si mesmo e a seus familiares.
Quando não está tudo caminhando nesta
direção, a egregora não está condizente com a realidade pessoal de cada um e o
coletivo da Loja.
Certo é que a maçonaria dever ter o zelo
nas suas escolhas, mas isso não impede de termos afloradas as diferenças entre
seus membros. O mais importante é unificar as ideias e fazer com que os
clamores dos desejos pessoais sejam silenciados; que nossos instintos não
comandem as nossas ações e reações.
Não pode o maçom vingar-se quando falamos
de relações entre irmãos, visto que essa deve ser uma relação alicerçada nas
leis naturais, nos antigos costumes e num sistema que tem como meta algo mais
que uma boa relação entre irmãos: A FRATERNIDADE MAÇÔNICA.
Lembramos que combatemos o despotismo, a
ignorância, os preconceitos e os erros, e que vivemos a levantar templos à virtude,
cavando masmorras ao vício. Ou será que nada disso faz sentido quando o assunto
vira uma contrariedade minha?
E ai, neste dilema, continuo buscando
resposta para as indagações quanto à fraternidade.
Afinal, nem de longe imaginamos tudo
isso quando profanos. Sendo recebido maçom, um homem, que circula por dentre a
descortinação do grande espetáculo da luz da verdade, viaja por dentre as luzes
da sabedoria, aprende nas ciências e sente a existência da força. Envereda-se
pelos caminhos da beleza, situações que sustentam todo o arcabouço do
aprendizado maçônico.
Arrancam-lhe o juramento! São lhes
deferidas as obrigações.
Com o consentimento do postulante, é
sagrado aprendiz maçom!
Eis enfim, o que leva o homem a ser
maçom: É guardar consigo não grandes segredos, mas o segredo da vida, ser
feliz, amar ao próximo, lutar, vencer, sorrir, chorar e não tripudiar dos
oprimidos, não blasfemar, não vilipendiar, não deixar de lapidar-se. Aprender a
praticar os efeitos da iniciação em si mesmo, dia após dia, fazendo espargir
aos seus irmãos, os raios de luz e sabedoria, tratando-os como gostaríamos de
ser tratados.
Raimundo Augusto Corado M.I. CIM nº
183.481
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