quinta-feira, 17 de setembro de 2015

O QUE SE BUSCA EM UMA LOJA?

O QUE O MAÇOM BUSCA EM LOJA?

                                                                             Autor: Irmão Raimundo A. Corado
                                                                             Mestre Instalado – CIM nº 183.481.
                                                                             Barreiras, 06 de setembro de 2015
“A princípio, tanto maçons quanto profanos sabem ou ouvem falar que a maçonaria é uma Fraternidade.
Recorrendo aos dicionários, encontramos que o substantivo feminino fraternidade, corresponde ao termo “entre irmãos”.
O amor ao próximo, a harmonia, a boa amizade, a união ou convivência como de irmãos, são ingredientes básicos quando o assunto é fraternidade.
Isso nos faz concluir que genericamente, na Maçonaria, definida como secular fraternidade, deve prevalecer a harmonia e reinar a união ou convivência como de irmãos".
Estive meditando, e em reflexão, me fiz uma pergunta: O que leva o homem a ser maçom? E a resposta deveria ter como base:
A liberdade dos indivíduos e dos grupos humanos sejam eles instituições, raças ou nações;
A igualdade de direitos e obrigações dos seres e grupos sem distinguir a religião, raça ou nacionalidade;
A fraternidade de todos os homens, já que somos todos filhos do mesmo Criador e, portanto, irmãos.
Devemos inquirir nossos conhecimentos de forma a relembrar que o homem maçom é escolhido dentro da sociedade profana, como um diamante ainda em estado bruto, pois assim o determina os antigos costumes, de forma que ele somente toma pé de onde e o que o espera, quando da sua iniciação.
Sabemos que hoje, o indicado, indaga-se e prepara seu espírito, quando lhe é informado que será iniciado. A essa altura, com a facilidade e a evolução, ele já pesquisou na internet e fez alguns apontamentos a respeito da maçonaria.
Mas, por mera curiosidade ou mesmo por desconhecimento não logra êxito em suas leituras e expectativas a respeito da ordem que o espera.
Nestas pesquisas e leituras, muita coisa, embora escritas, não se enquadram à futura realidade em que espera interagir.
N’outro viés, há expectativas geradas pelos próprios futuros irmãos de ordem, que acreditam piamente e esperam algo que não se traduz em realidade tangível, mas apresenta-se apenas como expectativas.
Assim, o candidato e a oficina se apresentam com enorme expectativa, desde a sua iniciação até o dia que se depare com o rompimento, seja pela saída do obreiro, desligamento obrigatório ou a sua passagem para outro oriente.
Pois bem, a vaidade sempre estará de plantão, esperando a vulnerabilidade de alguns, para se apossarem dele com real jogo de interesse ou desinteresse pessoal, visando prejudicar o manejo da fraternidade, com o intuído depreciativo, disfarçado de uma ótica construtiva a fomentar sua vontade.
Caso o obreiro atenda as expectativas da oficina, enquanto membro, maçom, pai de família, membro de uma sociedade, somente aglutina tudo isso a outras visões que tem como objetivo maior o lapidar da pedra, a busca do conhecimento, adquirir e conservar novas amizades e proporcionar um meio social mais coerente a si mesmo e a seus familiares.
Quando não está tudo caminhando nesta direção, a egregora não está condizente com a realidade pessoal de cada um e o coletivo da Loja.
Certo é que a maçonaria dever ter o zelo nas suas escolhas, mas isso não impede de termos afloradas as diferenças entre seus membros. O mais importante é unificar as ideias e fazer com que os clamores dos desejos pessoais sejam silenciados; que nossos instintos não comandem as nossas ações e reações.
Não pode o maçom vingar-se quando falamos de relações entre irmãos, visto que essa deve ser uma relação alicerçada nas leis naturais, nos antigos costumes e num sistema que tem como meta algo mais que uma boa relação entre irmãos:                 A FRATERNIDADE MAÇÔNICA.
Lembramos que combatemos o despotismo, a ignorância, os preconceitos e os erros, e que vivemos a levantar templos à virtude, cavando masmorras ao vício. Ou será que nada disso faz sentido quando o assunto vira uma contrariedade minha?
E ai, neste dilema, continuo buscando resposta para as indagações quanto à fraternidade.
Afinal, nem de longe imaginamos tudo isso quando profanos. Sendo recebido maçom, um homem, que circula por dentre a descortinação do grande espetáculo da luz da verdade, viaja por dentre as luzes da sabedoria, aprende nas ciências e sente a existência da força. Envereda-se pelos caminhos da beleza, situações que sustentam todo o arcabouço do aprendizado maçônico.
Arrancam-lhe o juramento! São lhes deferidas as obrigações.
Com o consentimento do postulante, é sagrado aprendiz maçom!
Eis enfim, o que leva o homem a ser maçom: É guardar consigo não grandes segredos, mas o segredo da vida, ser feliz, amar ao próximo, lutar, vencer, sorrir, chorar e não tripudiar dos oprimidos, não blasfemar, não vilipendiar, não deixar de lapidar-se. Aprender a praticar os efeitos da iniciação em si mesmo, dia após dia, fazendo espargir aos seus irmãos, os raios de luz e sabedoria, tratando-os como gostaríamos de ser tratados.

Raimundo Augusto Corado M.I. CIM nº 183.481

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