Meus estimados irmãos, todos os
anos quando chega o mês de junho, em quase todos os grupos maçônicos, aparecem
uma enxurrada de imagens, textos e alusões ao padroeiro da maçonaria como sendo
São João Batista, no entanto é bom ressaltar que existem três correntes de
entendimento sobre o assunto.
Por conta dessa polêmica, posto
aqui um trabalho do Ir.’. Tiago Oliveira de Castilhos*
Fonte: Maconaria.net
SÃO JOÃO PADROEIRO DA MAÇONARIA: MAS QUAL JOÃO?
São vários o João que acusam na
história como Santos e Padroeiros de alguma entidade ou Instituição, no
entanto, esta variedade não é tanta quando se trata do possível padroeiro da
Maçonaria. Há três vertentes sobre o verdadeiro padroeiro da Maçonaria e por
conta disso a dificuldade de se definir ao certo qual dos João é o padroeiro da
Sublime Ordem. Tenho a minha preferência, e essa é a tônica dos artigos
pesquisados, e após estudo na rede internacional de computadores é o que
parecer ser a tônica das pesquisas, ou seja, a fonte de opção de qual dos João
é o verdadeiro padroeiro dos maçons passa por uma escolha mais de ordem pessoal
do que praticamente científica.
Corrobora com esta minha análise
o que ensina o Ir.’. José Roberto Cardoso da Augusta e Regular Loja Simbólica
Estrela D’Alva, n. 16, das Grandes Lojas Maçônicas do Distrito Federal, que
publicou em seu Blog interessante artigo abordando a escassez de material na
nossa cultura ocidental sobre o Patrono da Maçonaria ser, como cem por cento de
certeza, São João Esmoler, ou de Jerusalém, como preferirem porque é a mesma
pessoa.
Ressalta o autor que “No
hemisfério sul há carência de documentos, obras literárias e científicas bem
fundamentadas sobre a Arte Real para serem manuseadas e analisadas.” (1)
Importante ressaltar que o texto
referido do Ir.’. das Grandes Lojas Maçônicas do Distrito Federal apresenta
base bibliográfica o que demonstra maturidade e responsabilidade acadêmica no
trato do estudo sobre os mistérios da Sublime Ordem. Para registro, as teorias
antes aventadas de que há três possíveis patronos da Maçonaria apontam da
seguinte forma para cada um dos Santos. A primeira vertente aponta como
padroeiro da maçonaria o João Batista, primo de Jesus Cristo, denominado
batista por que era aquele que batizava no Rio Jordão e trazia a boa nova, qual
seja, a vinda do nosso salvador Jesus Cristo. Essa primeira corrente pode
subdividi-la em duas, naqueles que associam João Batista (2) como padroeiro de
nossa ordem pela forma como foi morto, pois foi decapitado pela vontade e
luxúria de Salomé, sobrinha do Rei, que queria ter com João Batista, sendo ele
fiel a seus princípios negou a vontade da sobrinha do Rei, perdendo por conta
dessa negativa a sua cabeça pela decapitação. Já a segunda, bem lógica por
sinal, vincula o nascimento de João Batista em 24 de junho ao nascimento das
Grandes Lojas Inglesas em 24 de junho de 1717. (3)
Já a segunda vertente versa sobre
João Evangelista, o discípulo de Jesus Cristo que escreveu três livros
importantes do Livro da Lei, entre eles o Livro do Apocalipse. Essa teoria do
João Evangelista como padroeiro vincula a data de 27 de dezembro como a data de
seu nascimento. Coincidentemente, ambas as datas, tanto 24 de junho quanto 27
de dezembro vincula-se o primeiro ao equinócio de inverno no hemisfério norte e
o solstício de verão no hemisfério sul. Sendo estas datas então consideradas
pela Maçonaria como de suma importância porque trata de um astro importante que
emite luz, ou seja, o sol, contra as trevas, o que a Sublime Ordem combate.
A tradição versa sobre a
comemoração das datas do deus Janio que na forma pagã era comemorada na data
dos equinócios tanto de inverno quanto de verão, cultura pagã que o
Cristianismo tratou de subtrair impondo datas comemorativas iguais, mas com
cunho Cristão.
Nessa luta a igreja teve que
adotar determinados costumes e incutir na cabeça dos soldados romanos a idéia
de que Jesus havia nascido no mesmo dia em que nasceu o “Sol Invictus”. Aliás,
a grande maioria dos deuses pagãos da antiguidade tinham seus nascimentos
comemorados no solstício de Inverno. (4)
A terceira teoria vincula como
padroeiro da Maçonaria o Santo canonizado pelo Papa no século VII, chamado de
São João Esmoler, ou São João de Jerusalém. Passo a explicar os motivos pelos
quais me vinculo a esta teoria.
A história relata que no ano 500
d.c, na Ilha de Chipre, nasceu o filho do Rei que ao longo de sua vida dedicara
a benevolência e benfeitorias, assim como ao exercício da ponderação e
tolerância. Esse príncipe cresce e na vida adulta perde por doença grave esposa
e dois filhos retomando com esta perda o antigo sonho de dedicar-se a
benevolência. Com isso assume definitivamente o dom do sacerdócio,
vinculando-se a Ordem Benenditina.(5) Por suas obras vinculadas ao cuidado de
visitantes que se lançavam a visitar a Terra Santa foi canonizado pelo papa no
Século VII.
Já no século XI com as Primeiras
Cruzadas houve a necessidade de amparar os fieis do Cristianismo que se
lançavam a Terra Santa para a visita ao Santo Sepulcro porque havia na época
saques e violência de toda ordem lançadas e decorrentes da guerra entre
Muçulmanos e Cristãos.
A Ordem de Malta (oficialmente
Ordem Soberana e Militar Hospitalária de São João de Jerusalém, de Rodes e de
Malta, também conhecida por Ordem do Hospital, Ordem de S. João de Jerusalém,
Ordem de S. João de Rodes, etc.), era uma ordem católica que começou como uma
Ordem Beneditina fundada no século XI na Terra Santa, durante as Cruzadas, mas
que rapidamente se tornaria numa Ordem militar cristã, numa congregação de
regra própria, encarregada de assistir e proteger os peregrinos àquela
terra.(6)
Então no ano aproximado de 1099
foi criada, na cidade de Jerusalém, a Ordem dos Templários Hospitaleiros, com
cunho na história e ensinamentos deixados pelo Santo Beneditino São João de
Jerusalém, ou São João Esmoler. (7) Esse
Santo se aproxima da Maçonaria hora pela sua benemerência e pela criação da
hospitalaria presente até os dias de hoje na Sublime Ordem. Em 1797 era comum o
tratamento oficial entre Lojas Maçônicas da seguinte forma: ‘Da Loja do Santo
João de Jerusalém, sob o nome distintivo de _________Loja Nº __________.’(8)
Questionamento realizado para o
visitante nos trabalhos na Oficina. Também se aproxima da Maçonaria este Santo
por conta da reconstrução dos templos destruídos dos Maçons que ele ordenou a
reconstrução, vejamos que no:
No manual de Bezot, ele escreveu
suas razões para pensar que este Santo era o patrono original da Maçonaria e,
assim, o santo mencionado na Loja do Santo São João: ‘Ele deixou seu país e a
esperança de um trono para ir a Jerusalém, a quem ele generosamente ajudou e
assistiu os cavaleiros e peregrinos. Ele fundou um hospital e organizou uma
fraternidade para assistir aos cristãos doentes e feridos, e prestar ajuda
pecuniária aos peregrinos que visitavam o Santo Sepulcro. São João, que era
digno de se tornar o patrono de uma sociedade cujo único objeto é a caridade,
expôs sua vida mil vezes em prol da virtude. Nem a guerra, nem a peste, nem a
fúria dos infiéis, podia impedir suas atividades de benevolência. Mas a morte,
finalmente, o impediu no meio de seus trabalhos. No entanto, ele deixou o
exemplo de suas virtudes aos Irmãos, que fizeram seu dever esforçar-se por
imitá-las. Roma o canonizou com o nome de São João, o Esmoler ou São João de
Jerusalém, e os Maçons – cujos templos, destruídos pelos bárbaros, que ele fez
reconstruir – o selecionaram por unanimidade como seu patrono.’ (9)
Esse texto foi escrito por um dos
primeiros Maçons Franceses da História, conforme o artigo publicado pelo Ir.’.
Bezot. São João Esmoler era conhecido pela propagação da ponderação e da
tolerância. Na Alexandria resolvia conflitos com base nesses dois princípios
que são elementos preponderantes na Sublime Ordem hoje.
Todas as quartas e sextas-feiras
João se sentava no banco do lado de fora da igreja, apaziguava brigas,
arbitrava as disputas, dava conselhos, ouvia as reclamações dos necessitados e
procurava corrigir os erros e neutralizar o ódio que estavam prejudicando
aquelas pessoas. Ninguém era insignificante para não ter a sua atenção.
Desarmava sempre os inimigos usando sua humildade e as vezes até se ajoelhava a
seus pés para pedir perdão. (10)
São João de Jerusalém foi
escolhido Padroeiro da Maçonaria porque seus ideais eram idênticos aos ideais
Maçônicos como a fraternidade, a liberdade e a igualdade: “São João foi escolhido
como patrono da Maçonaria devido aos seus ideais que combinavam com a doutrina
maçônica. É por essa razão que todas as Lojas são abertas e dedicadas em sua
homenagem.”(11) Logo, posiciono-me no
sentido de concordar com os Irmãos que se vinculam a teoria de que São João o
Esmoler é o padroeiro da Maçonaria.
Eis aí, portanto, a razão das
Lojas maçônicas, até hoje, serem conhecidas como Lojas de São João. Vem desses
irmãos cavaleiros, não só a tradição arquitetônica, propriamente dita, aplicada
especialmente na construção de asilos, hospitais, mosteiros e outras obras
públicas, mas principalmente a atuação filantrópica que se observa na Ordem
maçônica. Tanto que Lojas de hoje ainda se mantém a tradição de nomear um irmão
“hospitaleiro” para recolher as contribuições dos irmãos para o “hospital”.
(12)
Logo, desde então, se mantém a
tradição de que as Lojas, quando iniciados os trabalhos e quando finalizados
evoca-se a São João, sendo então João de Jerusalém, pessoa integra que dedicara
a vida a fazer o bem as pessoas, como o exercício da ponderação, benevolência e
a tolerância. Sejamos então mais tolerantes Ir.’..
Tiago Oliveira de Castilhos,
A.'.M.'.
A.:R.:L.:S.: Sir Alexander
Fleming 1773, Porto Alegre - Rio Grande do Sul, Grande Oriente do Brasil
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NOTAS:
CARDOSO, José Roberto. Livres
Pensadores: São João, o Esmoler, nosso patrono. Disponível em:
http://joseroberto735.blogspot.com.br/2013/06/sao-joao-de-jerusalem-o-esmoler-nosso.html
(acesso em 21 abr. 2014).
CARDOSO, José Roberto. Livres
Pensadores: São João, o Esmoler, nosso patrono.
http://joseroberto735.blogspot.com.br/2013/06/sao-joao-de-jerusalem-o-esmoler-nosso.html
(acesso em 21 abr. 2014)
REIS, Sérgio Crisóstomo dos. A
Maçonaria de São João. Disponível em: http://www.maconaria.net/portal/index.php/artigos/9-a-maconaria-de-sao-joao.html
(acesso em: 23 de abr. 2014)
CARDOSO, José Roberto. Livres
Pensadores: São João, o Esmoler, nosso patrono. Disponível em:
http://joseroberto735.blogspot.com.br/2013/06/sao-joao-de-jerusalem-o-esmoler-nosso.html
(acesso em 21 abr. 2014).
CARDOSO, José Roberto. Livres
Pensadores: São João, o Esmoler, nosso patrono. Disponível em:
http://joseroberto735.blogspot.com.br/2013/06/sao-joao-de-jerusalem-o-esmoler-nosso.html
(acesso em 21 abr. 2014).
Cavaleiros de Malta: Ordem da
Cruz. Disponível em: http://ordemdacruz.webnode.com.br/malt%C3%AAses/ (acesso
em 23 abr. 2014)
Cavaleiros de Malta: Ordem da
Cruz. Disponível em: http://ordemdacruz.webnode.com.br/malt%C3%AAses/ (acesso
em 23 abr. 2014)
HALPAUS, Ed. Da Loja do Santo João
de Jerusalém. Tradução e José Filardo, p. 1. Disponível em:
http://bibliot3ca.wordpress.com/da-loja-do-santo-sao-joao-em-jerusalem/ (acesso
em: 21 abr. 2014 - In: Mackey’s Encyclopedia of Freemasonry – Clegg Edition
Volume)
HALPAUS, Ed. Da Loja do Santo
João de Jerusalém. Tradução e José Filardo, p. 1 e 2. Disponível em:
http://bibliot3ca.wordpress.com/da-loja-do-santo-sao-joao-em-jerusalem/ (acesso
em: 21 abr. 2014)
Além do último grau: São João de
Jerusalém. Disponível em:
http://alemdoultimograu.blogspot.com.br/2013/01/sao-joao-de-jerusalem.html
(acesso em: 21 abr. 2014)
Além do último grau: São João de
Jerusalém. Disponível em: http://alemdoultimograu.blogspot.com.br/2013/01/sao-joao-de-jerusalem.html
(acesso em: 21 abr. 2014)
CARDOSO, José Roberto. Livres
Pensadores: São João, o Esmoler, nosso patrono. Disponível em:
http://joseroberto735.blogspot.com.br/2013/06/sao-joao-de-jerusalem-o-esmoler-nosso.html
(acesso em 21 abr. 2014).
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BIBIOGRAFIA:
Além do último grau: São João de
Jerusalém. Disponível em:
http://alemdoultimograu.blogspot.com.br/2013/01/sao-joao-de-jerusalem.html
CARDOSO, José Roberto. Livres
Pensadores: São João, o Esmoler, nosso patrono. Disponível em:
http://joseroberto735.blogspot.com.br/2013/06/sao-joao-de-jerusalem-o-esmoler-nosso.html
Cavaleiros de Malta: Ordem da
Cruz. Disponível em: http://ordemdacruz.webnode.com.br/malt%C3%AAses/
Cavaleiros Hospitalários - Idade
Média – InfoEscola. Disponível em:
http://www.infoescola.com/historia/cavaleiros-hospitalarios/
HALPAUS, Ed. Da Loja do Santo
João de Jerusalém. Tradução e José Filardo. Disponível em:
http://bibliot3ca.wordpress.com/da-loja-do-santo-sao-joao-em-jerusalem/
MORAIS, Antônio Luiz. Loja de São
João. Disponível em:
http://www.maconaria.net/portal/index.php/artigos/95-loja-de-sao-joao.html
REIS, Sérgio Crisóstomo dos. A
Maçonaria de São João. Disponível em:
http://www.maconaria.net/portal/index.php/artigos/9-a-maconaria-de-sao-joao.html
OLIVEIRA, Waldemartins Bueno. O
Verdadeiro Patrono da Maçônaria - São João de Jerusalém. Disponível em:
http://www.revistauniversomaconico.com.br/tempo-de-estudos/o-verdadeiro-patrono-da-maconaria-sao-joao-de-jerusalem/
PINTO, Silva. Porque apenas Lojas
de São João. Disponível em: http://www.lojasmaconicas.com.br/artigo2/lsjoao.htm
WALDEMAR. São João de Jerusalém
Patrono da Maçonaria. Disponível em:http://www.sjj595.com.br/
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