segunda-feira, 9 de junho de 2014

LIVRE E DE BONS COSTUMES

CONCEPÇÃO MAÇÔNICA SOBRE “SER LIVRE E DE BONS COSTUMES”.

Maçonicamente falando, o termo “Livre e de Bons Costumes” nos orienta que, apesar de todo homem ser livre na essência da palavra, pode estar preso a valores  sociais, aos entraves, visto que o privam da liberdade, os escravizando de suas paixões e preconceitos. Assim, a filosofia maçônica nos capacita a distanciarmos dos vícios e de todos os males, visto que é desse jugo que se deve libertar. Acontece que  só o se consegue se for de Bons Costumes, ou seja, se já possuir preceitos éticos (virtudes) bem fundamentados em sua personalidade.
O ideal maçônico para os homens livres e de bons costumes, mostra que a finalidade da Maçonaria é, desde remotas épocas, trabalhar com dedicação e zelo, no aprimoramento espiritual e moral da Humanidade, pugnando pelos direitos dos homens, com o bom uso da Justiça, pregando a fraternidade e procurando reunir esforços para maior e mais perfeita compreensão entre os homens, a fim de que se estabeleçam os laços indissolúveis de uma verdadeira fraternidade, sem distinção de quaisquer naturezas, condição indispensável para que haja êxito nas ações desempenhadas por cada maçom individual e coletivamente.

Livre, vem do latim, que em sentido amplo significa isento, que não se subordina, que não constrange, que não gera dependência ou restrição.

A qualidade ou condição de livre, importa na liberdade de ação  sem qualquer oposição;  que não se funde em restrição de ordem legal ou moral.

Quem é livre colhe sempre a liberdade, que por sua vez é a faculdade de se fazer ou não fazer o que se quer, de pensar como se entende, de ir e vir a qualquer parte, quando e como se queira, exercer qualquer atividade, tudo conforme a livre determinação da pessoa, quando não haja regra proibitiva para a prática do ato ou não se institua princípio restritivo ao exercício da atividade.

Bem verdade é que a maçonaria é uma escola de aperfeiçoamento moral, onde nós homens nos aprimoramos em benefício de nossos semelhantes, desenvolvendo qualidades que nos possibilitam ser, cada vez mais, úteis à coletividade.

Não nos esqueçamos, porém, que, de uma pedra impura jamais conseguiremos fazer um brilhante, por maior que sejam nossos esforços. Dai a razão de buscarmos para o nosso meio, pessoas com qualidades, com valores a serem aperfeiçoados, não aqueles desprovidos de qualidades e ou valores, pois estes jamais conseguirão os valores, haja vista que a maçonaria não é uma ordem onde se constrói valores e sim onde se aperfeiçoa aqueles trazidos quando a admissão.

O conceito maçônico de homem livre é diferente, é bem mais elevado do que o conceito jurídico. Para ser homem livre, não basta ter liberdade de locomoção, para ir aqui ou ali, como ensina o mundo jurídico. Goza de liberdade o homem que não é escravo de suas paixões, que não se deixa dominar pela torpeza dos seus instintos de fera humana, recomendação encontrada na ingestão da taça da boa ou da má sorte, quando recomenda ao iniciado, a moderação nas ações.

Não é livre,  quem esta escravizado a vícios.  Não é livre aquele que é dominado pelo jogo, que não consegue libertar-se de suas tentações.  Não é homem livre, quem se enchafurda no vício, degrada-se, sacrifica voluntariamente a sua liberdade, porque os seus baixos instintos se sobrepuseram às suas qualidades. E na existência das duas conchas, a da negatividade sempre estará mais cheia e mais pesada.

Maçom livre, é o que dispõe da necessária força moral para evitar todos os vícios que infamam, que desonram, que degradam. O supremo ideal de liberdade é livrar-se de todas as propensões para o mal, despojar-se de todas as tendências condenáveis, sair do caminho das sombras para a luz, e seguir pela estrada que conduz à prática do bem, que aproxima o homem da perfeição intangível.

Sendo livre, o homem deve sempre pautar sua vida pelos preceitos dos bons costumes, que é expressão, também derivada do latim e usada para designar o complexo de regras e princípios impostos pela moral, os quais traçam a norma de conduta dos indivíduos em suas relações domésticas e sociais, para que estas se articulem seguindo as elevadas finalidades da própria vida humana.

Os bons costumes, referem-se mais propriamente à honestidade das famílias, ao recato das pessoas e a dignidade da pessoa humana ou o decoro social.

A ideia e o sentido dos bons costumes não se afastam da ideia ou sentido de moral, pois, os princípios que os regulam são, inequivocamente, fundados nela.

O maçom livre e de bons costumes, não confunde liberdade, que é direito sagrado, com abuso que é defeito.

O maçom livre e de bons costumes, é leal. Quem não é leal com os demais, é desleal consigo mesmo e trai os seus mais sagrados compromissos. Por isso,  cultive a fraternidade, porque ela é a base fundamental da maçonaria, e só pelo culto da fraternidade poderemos conseguir uma humanidade menos sofredora.  

O maçom livre e de bons costumes, não se abate, jamais se desmanda, não se revolta com as derrotas, porque vencer ou perder são contingências da vida do homem que sabe triunfar sobre os seus impulsos.

O maçom livre e de bons costumes, abomina o vício, porque este é o contrário da virtude que ele deve cultivar; é amigo da família, e consequentemente de toda a família maçônica, porque ela é a base fundamental da humanidade.

O mau chefe de família não tem qualidades morais para ser maçom. Entre nós não há lugar para estes, pois quem humilha os fracos, os inferiores, a maçonaria os considera  covardes, e a maçonaria não é abrigo de covardes.

O valor da existência de um maçom é julgado pelos seus atos, pelo exercício do bem, pela prática constante da filantropia desinteressada.

Barreiras, 01 de junho de 2014.

Raimundo Augusto Corado

CIM 183.481

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