DELICADEZA X ARROGANCIA
-um relacionamento a
curtíssimo prazo-
Não disponibilize sua prestimosa cortesia àqueles que só tem a arrogância para ofertarem em retribuição.
No nosso cotidiano, sempre deparamos com pessoas, e, dentre elas,
muitas portadoras de extrema delicadeza e cortesia, o que as torna pessoas
belas e simpáticas.
Deparamos também, e não muito raro, embora minoria, pessoas que
não fizeram parte do sorteio divino quando da distribuição de delicadeza,
simpatia, elegância e cortesia, e por conta disso seus espaços interiores são
preenchidos pela ignorância, pela prepotência, pela arrogância e pela inveja.
Estas, por não conhecer nada das qualidades que dignificam a
pessoa humana, sequer tem a capacidade interna de absorver os gestos simples e
dignificantes que lhes são dirigidos, como cortesia, urbanidade e delicadeza.
Pessoas assim obedecem aos instintos e descarregam tudo que tem de
nocivo em quem usa da delicadeza, pois isso é que de melhor eles tem para
ofertar.
Eles confundem delicadeza com medo e agem como animais
peçonhentos: se você os acaricia, eles atacam.
Quando isso acontece, por não terem nenhuma intimidade com tais
gestos, agem de forma contraria, arrotam dejetos, estufam o peito e dizem em
alto som: Quem você pensa que é? Sabe com quem está falando? E se ocupam algum
cargo então, dependendo de qual o órgão, completam: Sabia que posso mandar te
prender?
Por analogia, vamos aplicar isso à maçonaria, com alguns quesitos:
1.
Que tipo de maçom você é
para com seu irmão necessitado?
2.
Nas discussões, tenta
impor suas ideias, ou pondera as dos seus irmãos?
3.
Responde aos
questionamentos de irmãos com a atenção que o caso requer?
4.
Pratica a tolerância em
Loja e fora dela, sem quaisquer distinções?
5.
Tenso hábito de praticar
a cortesia, a urbanidade e delicadeza com o próximo?
6.
Nas contrariedades, faz
uso da tolerância e prudência que a Ordem orienta?
7.
Age instintivamente ou
costuma pensar um pouco antes de agir?
Continua.......
A exemplo de tudo o que foi dito acima, ilustremos:
Um rato saiu de manhã para trabalhar e no caminho cruzou com um
caracol.
Muitas horas depois, após um dia exaustivo em que teve que
batalhar arduamente para caçar sua comida e escapar de seus predadores, o rato
retornou exausto.
E notou que o caracol não havia se movido mais que dois metros.
O rato parou e comentou que se sentia compadecido pelo fato de o
caracol ter uma vida tão monótona, tão sem emoções, enquanto ele, rato,
conseguira viver, em apenas um dia, aventuras que o caracol não viveria em toda
existência.
"- Emérito rato", disse o caracol: "como tenho bastante tempo para observar
e refletir, permita-me oferecer-lhe alguns dados comparativos entre nossas
espécies, que talvez possam ajudá-lo a rever o seu ponto de vista.
Caracóis têm casa própria e ratos são escorraçados de todos os
lugares aonde chegam.
Caracóis vivem em jardins e ratos, em esgotos.
O alimento dos caracóis está sempre ao alcance, enquanto ratos
precisam caminhar horas e horas para encontrar comida.
Por isso, os caracóis podem passar o dia apreciando a natureza, ao
passo que ratos não podem se descuidar nem por um segundo.
E não é por acaso, que caracóis vivem cinco anos. Dois a mais que
os ratos..."
O rato ouviu a tudo atentamente. Ponderou que o caracol tinha razão em tudo o que havia dito e, com uma violenta pisada, esmagou o caracol contra o chão.
O rato ouviu a tudo atentamente. Ponderou que o caracol tinha razão em tudo o que havia dito e, com uma violenta pisada, esmagou o caracol contra o chão.
Felizmente o solo era fofo o suficiente para que o caracol
sobrevivesse.
Moral da Estória: ele aprendeu uma pequena lição que lhe seria
útil pelo resto da carreira: Por mais razão que você tenha, nunca tente provar
a alguém que se acha o máximo, que ele não é nada daquilo.
Porque não há negócio pior do que oferecer sabedoria a quem só
pode pagar com ignorância.
Irmão Raimundo Augusto
Corado
Mestre Instalado Cim
183.481.